Sindicato dos Trabalhadores da Educação deve apresente ao MP lista das escolas onde estariam ocorrendo os encontros religiosos.
Após denúncias de que cultos evangélicos estavam sendo realizados em escolas da rede estadual no Recife, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) se reuniu com representantes da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE) e do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Pernambuco (Sintepe) para entender o caso.
No encontro, a presidenta do Sintepe, Ivete Caetano de Oliveira, apontou que as denúncias pontuaram que os cultos estavam sendo realizados dentro das escolas e sem a participação de outras crenças. “As denúncias são feitas por estudantes ou por servidores das escolas. É preciso que haja uma efetiva fiscalização a respeito.” Ela também destacou os “perigos da junção entre Estado e Religião”.
Cíntia Virgínia Sales, Vice-Presidenta do SINTEPE, disse que a preocupação do SINTEPE não é discutir o currículo do ensino religioso,
mas questionar determinadas práticas, como o uso do espaço público para fins religiosos, como a criação de grupos bíblicos. Segundo ela, os estudantes pedem um horário para se reunirem, dentro da escola, para um momento de oração e leitura da bíblia; isso ocorre sem
orientação ou supervisão de qualquer servidor da escola. As denúncias se referem sempre a cultos ou reuniões de evangélicos.
De acordo com a investigação do MPPE, os alunos se organizavam por si só e sem a orientação ou supervisão de funcionários das escolas, o que demonstra não haver vínculo com a proposta pedagógica de um ensino religioso plural e baseado no respeito à liberdade de crenças.
Segundo o gerente-geral de Anos Finais do Ensino Fundamental da SEE-PE, Eduardo Andrade, os cultos não são acordados com a Secretaria de Educação.
“Quando chegam tais informações, há uma conversa com o gestor da escola e o envio de um técnico para explicar que o espaço não pode ser usado com essa finalidade. Temos um caderno de orientação pedagógica e uma cartilha sobre o ensino de religiões para os estudantes do ensino fundamental”, destacou.
Diante do caso, foi solicitado, pelo Ministério Público, que a Secretaria de Educação apresente os documentos mencionados. Ainda foi requisitado que o Sintepe apresente lista das escolas onde estariam ocorrendo os encontros religiosos.
O promotor de Justiça Salomão Ismail Filho, da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Educação da Capital, destacou ainda que será agendada uma audiência pública para colher informações sobre a temática, com a participação dos gestores municipais e estaduais da Educação, no final de novembro.
Liberdade religiosa
O deputado estadual Joel da Harpa, defendeu a realização do intervalo bíblico nas escolas estaduais. Ele falou sobre o direito constitucional de praticar a fé cristã nas escolas e que a proibição seria uma “afronta ao direito de liberdade religiosa”.
“Nós, da bancada evangélica, estamos mobilizado s e vamos acionar o Ministério Público para garantir que esse direito seja respeitado. O intervalo bíblico vai continuar e a liberdade de culto será preservada. coo é de direito de todo cidadão brasileiro”, disse o deputado na sua conta do Instagram.
O que é o Intervalo Bíblico
Intervalo Bíblico são encontros organizados e realizados, exclusivamente, pelos estudantes há décadas em diversas escolas e universidades do país e, geralmente, acontecem nos intervalos das aulas em alguma sala de aula disponível ou em área aberta.
Folha Gospel com informações de Diário de Pernambuco e Dário Oficial do MPE
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